Nunca vou esquecer das palavras da minha mãe. “Você tem que estudar, se formar e arranjar um bom emprego pra nunca depender de homem nenhum”. Não sabia bem o porquê dela me dizer isso. Apesar de ser minha mãe, a sua vida particular, assim como seu passado, sempre foram muito bem guardados. Mas, mesmo sem saber o real motivo eu procurei seguir seus conselhos.
Tive poucos namorados. Sempre me empenhei em estudar e ter um bom emprego, uma profissão que me conferisse dinheiro e status. Sim, esse último é importante, talvez bem mais do a própria grana. E eu consegui. Formada, num emprego invejável, no ápice de todo meu aproveitamento intelectual e... solteira!
Há cinco anos não tinha um relacionamento sério com ninguém. Gostava de um, gostava de outro, mas nada havia passado de troca de olhares e de uma imaginação muito fértil para recriar contos de fada ao dormir. Na verdade, nunca precisei de homem para nada. Fiz faculdade longe da família, numa região desconhecida, encontrei meu primeiro emprego, pagava minhas contas, era respeitada em meu meio profissional e me contentava com o celibato. Não, não tinha nada a reclamar...
Até que fui apresentada a um garoto de 20 anos.
Ele chegou até mim através de seus pais. Estes eram meus amigos, um pouco mais velhos do que eu. Eles queriam ‘enturmar’ o filho e eu, muito simpática, me ofereci para a missão.
Muito tímido, com uma forte tendência em seguir a geração da moda deste século (EMO), foi difícil saber o que realmente lhe interessava. Ele mal abria a boca. Mas não foi difícil perceber a atração que ele começava a sentir por mim.
Não sabia disso até viajar e passar dois meses longe dele.
Havia algo diferente em seus e-mails...
Havia algo diferente em suas palavras...
Havia algo diferente em seus trabalhos...
Havia algo diferente... Ele estava gostando de mim e o pior, eu também dele.
Relutei para admitir isso.
Conheço essas histórias de alunos que se apaixonam por suas professoras, de adolescentes que fantasiam ficar com a mulher mais gostosa do bairro... Poderia ser isso e eu não iria ceder, não iria me deixar apaixonar...
Mas quando fui me dar conta, já estava totalmente envolvida.
E agora?
Ele não tinha a menor experiência em nada! Eu, uma mulher vivida, que já teve tantos homens, agora estava ‘derrubada’ por um menino de 20 anos que só havia tido uma namorada e mal aprendido a beijar. Eu só podia estar louca... E realmente estava, louca de paixão!
Eu voltei e quando nossos olhos se cruzaram saíram faíscas! Passaram-se alguns dias e, numa noite de verão, com os olhos cheios de lágrimas, ele me procurou para dizer que me amava... E que me amava tanto que lhe doía... Eu era como uma menina, que acabava de ser pedida em namoro!
Por um momento eu esqueci...
Esqueci minhas experiências...
Esqueci meu passado...
Esqueci a diferença de idade...
Esqueci dos meus planos para o futuro...
Não pisava mais no chão, flutuava em nuvens! Sorria sem motivo, dançava na chuva, esperava, todos os dias, ele chegar...
Criamos coragem e assumimos o nosso relacionamento, para alegria de uns poucos e o espanto da grande maioria.
Mas eu tinha tanta esperança!
Nunca tinha andado de mãos dadas...
Nunca tinha tomado sorvete na praia...
Minha vida tumultuada e corrida mal me permitiam passar num supermercado... E lá estava eu, fazendo corações na areia...
Mas, pobre de mim...
Como um sonho bom, passou rápido... Tão rápido, que hoje só restam a dor e a saudade!
Não, por favor, cara leitora, não chore...
Ouvi um trocadilho essa semana que retrata bem o que aconteceu: “O amor é como um capim. Ele nasce, cresce, a chuva rega, e quando está bem bonito vem uma vaca e acaba com tudo!”...rs... E foi mais ou menos assim que aconteceu.
Ele conheceu uma garota 10 anos mais nova que eu e... O verão foi embora e levou junto o meu amor e eu fiquei a cantar como o Jorge Vercilo... ‘Foi um devaneio meu, um veraneio seu e um outono inteiro em minhas mãos...’. Sua nova namorada era agora o alvo de seus poemas, de suas músicas, de suas escritas na areia...
Doeu como um divórcio, chorei como uma adolescente! É engraçado, mas eu realmente achava que meu futuro era ao lado daquele garoto que nem sequer sabia o que queria do futuro. Eu, uma mulher madura...
E tantas coisas passaram pela minha cabeça...
Primeiro pensei em, eu mesma, me puxar pelos cabelos e bater essa cabeça leviana na parede umas três vezes pra aprender, afinal já diziam os antigos: ‘Quem brinca com criança, amanhece mijado...’ Mas, não tive coragem!
Pensei em me humilhar pra ele, chorar aos seus pés e dizer o quanto eu o amava... Fazer aquelas cenas de novela mexicana, afinal dizem por aí que vale tudo por um grande amor... Mas, sinceramente, também não tive coragem! Não faz parte do meu perfil e também iria estragar minha chapinha...
Então... Parei de pensar e resolvi escrever... E estou escrevendo!
Não que minha experiência vai servir de auto-ajuda pra ninguém... Acho que nem eu aprendi alguma coisa com essa história toda... Mas que é bom escrever, ah, isso é...
Qualquer dia vou voltar aqui e reler essa história...
Só espero que não esteja mergulhada em outra furada...
É porque se tem uma classe que adora se meter em encrencas é essa classe de mulheres maduras... Vou te falar viu?! Vida de mulher madura é difícil que só...rs...
Ass.: Fênix. Literalmente fiel à mitologia!
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meu msn é brunofabricio18@hotmail.com eu queri conversar
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