O nome do blog me é empolgante e desconcertante. Estou indo à terapia e o tema atual é a minha maturidade. Ontem mais uma vez me perguntaram a idade e vi mais um rosto incrédulo quando eu disse 32. O comentário a seguir é... "te daria 22, 24". Este acontecimento típico às vezes me faz ganhar o dia... Certa vez uma atendente me perguntou a idade e realmente levou um susto, elogiou meu aspecto e se explicou: "só queria saber se você é maior de 18, pois o que você deseja é indicado para pessoas maiores de 18". Ok! Eu não estava querendo bebidas, drogas ou qualquer outra coisas que danifique minha tão bem conservada "Que saúde, hein?!".
Até uns dias atrás, tal vantagem hereditária me enxia de segurança para manter os rapazes de 20 e poucos anos dentro das minhas possibilidades românticas. Reduzir esta fila para acima de 30 é um suplício!
Voltando à terapia...
Fonte das minhas atuais angústias é estar ainda aprisionada aos 20 e poucos anos. Talvez posso tornar réu o cara de 25 anos que vem ocupando a poltrona do meu coração há exatamente 1 ano, 6 meses e 29 dias (é claro que eu conto!).
Fonte das minhas atuais angústias é estar ainda aprisionada aos 20 e poucos anos. Talvez posso tornar réu o cara de 25 anos que vem ocupando a poltrona do meu coração há exatamente 1 ano, 6 meses e 29 dias (é claro que eu conto!).
Provavelmente o insólito relacionamento com ele será tema de próximos posts, mas a questão mais latente exatamente agora é... Cadê eu?
No dia seguinte à paixão à primeira vista que me afligiu, decidi (provavelmente inconscientemente) passar a ser a mulher ideal e isso inclui uma lista enorme de pequenos alvos para conquistar aquele misterioso coração e atraente. Posso dizer que há alguns dias estou me procurando no meio dessa bagunça.
Conquistar esse cara virou um jogo pra mim e faz uma semana que ele me falou que eu perdi. Ele me chamou pra uma conversa, (o que eu já esperava), e oficializou: "Sua amizade é muito importante pra mim, mas eu não quero assumir nenhum compromisso agora... Eu tô solteiro e é assim que eu quero ficar." Aiiiii, meu coração! Calma... uma mulher de 32 já ouviu isso pelo menos um vez. E ao longo daqueles benditos 19 meses de puro sonho de relacionamento da mulher pefeita com o homem perfeito, eu estava preparada para comentários deste nível de incapacidade de se abrir para um relacionamento.
Chorei sim, na hora só chorei por dentro, afinal de contas até ali eu queria manter o mesmo nível de mulher ideal que sorri até na hora que leva um chega pra lá. Depois eu chorei de verdade, até lavar a alma e desejar profundamente abandonar aquela capa de mulher ideal que eu quis ser até ali. Ser ideal não funciona, não atrai ninguém porque não se está vulnerável.
Aquele "não pense que estou querendo algo com você, porque não estou", foi libertador. Minha pobre e cansada alma já estava implorando por boas doses de mim mesma e me eu me sentia diluída em um ser que não conheço, que não me interessa e que provavelmente não interessa alguém que realmente valha a pena. Sair dessa e me reposicionar é meu novo e empolgante desafio.
Na verdade, me diluí outras vezes em outras formas de mulher para agradar outros tipos de homem... Quanto desperdício, mas... bem... é mais ou menos esse tipo de coisa estranha que cada mulher madura carrega dentro de sua excêntrica alma, na minha opinião, intrigante e atraente alma.
Quanto ao bonitão, ele ainda atrai minha atenção, mas não sei se minha preciosa alma quer voltar a se render a tanta incerteza. Na verdade, ele ficou sabendo, dos meus lábios, que ele não é quem manda no meu coração, como resposta à declaração de que se sentiria culpado, caso sua revelação me fizesse sofrer... Prefiro não condenar ninguém, nem ele, nem eu...
Quanto a mim, decidi parar de torcer para que os traços da minha maturidade não transpareçam. Por que isso seria algo a fingir ou esconder? Que os outros se surpreendam!!! Vou chegar aos 32, 33, 40 e carregarei comigo as medalhas conquistadas na tentativa de ser uma mulher melhor (não mais a ideal).
Por: Margarida